quarta-feira, 13 de abril de 2011

Uma história sem final feliz





Às 11 horas da noite do dia 4 de Fevereiro de 2011, vão duas miúdas de 22 e 23 anos num carro a caminho de Pombal e são abalroadas por um Mercedes CLK, desgovernado, que vai direitinho a elas. Eram 11 horas e 30 minutos a minha irmã recebe uma chamada de uma pessoa que passou no acidente e conhecia a minha irmã e o meu cunhado...

- sabes de alguma coisa?
- sei o quê?
- a tua filha não ía num Polo preto a caminho de Pombal?
- sim. Saíu daqui há uma hora.
- ela teve um acidente.

Imediatamente, ligaram para ela e nada, ligaram para amiga e nada. Desespero. Foram para os bombeiros para que eles contactassem com a corporação da zona e soubessem notícias. Tudo se confirmou eram elas. A Inês foi a primeira a ser desencarcerada e foi no INEM para o hospital. A A. foi a segunda a ser desencarcerada e também seguiu para o hospital, felizmente só com uma perna muito partida e o psicológico ainda pior. O condutor do outro carro com ferimentos menos graves foi o último a seguir para o hospital. A minha irmã, o meu cunhado, as minhas 2 sobrinhas e o namorado da Inês, seguiram para o hospital de Leiria, onde aguardaram notícias. Ela entrou com um traumatismo craniano grave, costelas partidas, pernas partidas, nariz e maxilar partido. As notícias eram cada vez piores. Até que chamaram os familiares dela e a pior notícia das nossas vidas chegou. A Inês não resistiu aos ferimentos. Eram 3 horas e 27 minutos.


Às 3 horas e 30 minutos, recebo uma chamada e ouço uma vez desesperada:
"A Inês teve uma acidente e morreu."

Nunca mais na minha vida vou esquecer aquela frase.
Já vos tinha falado da Inês e de todas as qualidades de uma rapariga, que teria feito 24 anos no dia 26 de Março, mas nunca vos tinha explicado as circunstâncias em que a perdemos.

Todos os dias choramos a morte da Inês.
Todos os dias sentimos a sua falta.
Todos os dias damos mais valor à vida.

Um conselho amigo: se beberem não conduzam, podem fazer quem algúem perca alguém e isso custa muito.

2 comentários:

catarina ferreira disse...

Infelizmente ainda espero que tudo nao passe de um enorme pesadelo. Mas é real. Aquela noite, aquela chamada... em questão de segundos o mundo caiu, e caiu de uma maneira que só nos podemos imaginar. Todos os dias choramos, todos os dias respiramos, todos os dias me pergunto porque? Resposta não há nem vai haver... Mas todos os dias temos de nos lembrar da força, do sorriso, da amizade. Não só porque morreu. Mas porque era mesmo assim, dava, tinha força. Sabia melhor que ninguem quando havia de lá estar. Espero que ainda esteja a olhar e a guiar-nos como sempre fez.

Um beijinho.
catarina

Alma Ni disse...

Lamento imenso a tua perda. Pequenas palavras como estas avivam a memória dos que a amaram, mas também fazem refletir os aqueles que, às vezes sem querer, se esquecem dos outros...