quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Inspecções médicas

Como já referi aqui, o meu Grande está doente, desde meados de Maio, altura em que começou com dores fortes do lado direito do corpo, desde a ponta dos dedos da mão à ponta dos dedos do pé . Não consegue estar mais do que 5 minutos em pé e sentado então é para esquecer. Já não tem sensibilidade do joelho para baixo, ao ponto de no outro dia ter cortado as unhas dos pés e cortou um bife e não sentiu, só reparou porque sangrou. Os exames médicos diagnosticaram duas hérnias discais na coluna.
Toma diáriamente uma medicação tão forte (comprimidos e injecções no rabiosque), que até me perguntaram na farmácia, quando fui comprar os medicamentos, do que é que o doente sofria, não se tratasse ele de um toxicodependente.
Aguarda que o chamem para "tirar o doi-doi" no Hospital de Santa Maria, em urgência, mas já lá vão mês e meio (é o resultado de uma lista de 8 cirurgiões que trabalham lá, mas neste momento estão 6 de férias .... é o país que temos).
Estou a falar nisto porque hoje li o post "A disfunção pública" do blog semutilidadenenhuma.blogs.sapo.pt, que achei muito interessante.
O Grande, desde que está de baixa, foi chamado duas vezes à inspecção médica, que diga-se a bem da verdade, não sei se os médicos que o avaliam fazem parte da função pública, ou se são apenas contratados para pôr toda as pessoas a trabalhar (se calhar alguns inspeccionados até estão aptos para trabalhar, mas acabam por apanhar todos por tabela .... no final das contas os "manassas" continuam à grande, sem fazer nada). Estando o Grande nas condições em que está, não vejo como poderia ele estar sentado 8, ou mais, horas, numa cadeira. Conduzir até ao local de trabalho seria impossível.
Para vocês verem bem o quanto eles são competentes, apreciem bem a conversa na última inspecção:

Médico (M)- o que é que você faz?
Grande (G) - sou Marketeer.
M - o quê? O que é isso? Fale em Português.
G - mas não há tradução, sou Marketeer.
M - Escreva aqui (o único papel disponível naquele gabinete era o envelope da ressonância magnética).
M - ah, mas afinal você é "marqueteiro" ...ehehhehe!!
Assistente do médico - quando o ouvi falar pensei que trabalhava para a TIR ...ehehhe.
Riam-se à grande, aqueles parvalhões.

Depois daquela bela entrevista e de mais algumas parvoíces, sem ter sequer analisado os exames, porque bastava olhar para eles para perceber a gravidade da coisa, o médico ainda remata com o seguinte:
M - você tá muito bom para trabalhar, não tenho culpa que o Hospital ainda não o tenha chamado. Se na próxima inspecção ainda estiver à espera, ponho-o a trabalhar...

Perante isto, só podemos dizer umas boas asneiras e para dentro, não vão eles ouvir....

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