Reunião na Escola

No outro dia tive uma reunião na escola do Pequeno com a professora para saber como ele anda em traquinices, desenvolvimento e comportamento. A seguir apresento-lhes o relato, "feito por ele" (ou melhor pelo pai, o Grande) dessa dita reunião. Tudo verdade, ora leiam:
«Pois é...a minha mãe foi à minha escolinha fazer questionários pidescos sobre mim à minha professora e, a ver pelos castigos que tenho tido, a coisa não deve ter corrido bem.

Ao que parece a minha professora - que é muito indecisa e deve ser fã do Marco Paulo porque, ora é loira ora é morena - disse à minha mãe que eu gosto muito pouco que os meus amigos me chateiem e quando o fazem de forma mais agressiva levam tratamento à ribatejano (esta é uma expressão que o meu Pai usa quando é necessário "meter alguém nos eixos" ou "chegar a roupa ao pêlo"). Como não me apetece dar murros opto pela técnica de imobilização via gasganete.

A minha professora também chibou que, do ponto de vista cognitivo estou muito avançado e que exijo sempre mais desafios. Pois podera! Então se os meus pais pagam a escola todos os meses, é natural que eu exija! Conhecem melhor forma de uma criança de três anos exigir coisas sem ser a fazer birras? Pois claro que não! E, a ver pela avaliação, eu sou muito bom em birras. Não sei se estou enganado mas isto deve ser motivo de orgulho para qualquer pai!

Bem, mas parece que também sou bom em jogos, a tagarelar, a explicar coisas e a fazer peças de teatro. Talvez por ser tagarela, fico com as falas todas e quando adiam a peças de teatro faço aquilo que na minha avaliação diz que sou bom. Birras.

Para além disso gosto da comida das pessoas grandes, sou muito desenrascado e não quero cá ajudas para ir à casa-de-banho. Na minha escolinha sou conhecido pelo "independente".
Eu não gosto muito que me chamem isso porque os independentes são maioritariamente gentalha que foi expulsa de partidos políticos. Com isto não estou a dizer que ser expulso de um partido politico não é boa onda, mas para que isso aconteça é necessário que antes se seja militante, e isso é que é muito má onda!

Para terminar este capitulo da professora que se chiba, digo apenas que as reacções dos meus pais são muito estranhas quando comparadas com as dos pais normais. Sim, porque os meus não o são!

Normalmente ouço os pais dizerem que gostavam que os filhos fossem como eles, mas o meu Pai, quando informado do chibanço da professora sai-se com esta: "só espero que ele não seja igual a mim". Mas que raio é isto!? Eu sei que o meu Pai é gordo mas, quando as pessoas dizem que gostavam que os filhos fossem iguais a eles, referem-se à personalidade e não ao físico.

Por outro lado, a minha mãe questiona-se sobre se é boa mãe e se me está a dar uma educação correcta. Como eu não sei o que é dar uma educação correcta (porque se soubesse educava os meus pais), não vou poder fazer de Manuel Moura dos Santos e efectuar uma avaliação credível sobre a prestação da minha mãe mas, se eu tentar ser como ela e conseguir vou de certeza ser um bom pai.

Para terminar um suponha-mos...
Imaginando que a minha mãe é uma participante do programa "Ídolos dos vossos filhos" - que poderia passar perfeitamente a seguir ao "Querido arrumei a casa a não te disse onde meti as coisas" na SIC Mulher - e que o Manuel Moura dos Santos era júri, tenho ideia que o que ele diria à minha mãe seria uma coisa deste género: "ouve lá pá! Tu não fechas bem a tampa pois não? Então ouve lá pá..tu és das melhores mães do teu filho que passaram por todas as edições do "Ídolos dos vossos filhos"...vá, agora põe-te a andar que tens que ir dar mama à mais nova".»

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